Saudades da terrinha
Lembro da sensação de estar voando pelos céus de Floripa, olhando do alto da janela do avião, o coração batia acelerado. Já havia feito esse voo antes, mas era a primeira vez que estávamos a sós, eu e João, chegando na terrinha. Lá embaixo eu sabia que a Noopy e a Bé me esperavam. A viagem até Imbituba de carro leva cerca de 1 hora, dependendo do trânsito, um pouco mais. Para nós, foi uma viagem longa, cansativa. Fizemos escala em Orlando, chegamos pela manhã em Campinas, e passamos um bom período por lá, esperando o nosso voo pra Floripa. Chegamos cedo, o avião só ia sair no fim da tarde. Tanto é que reservei um hotel que fica dentro do aeroporto, um quartinho com TV, para ficar ali com João mais sossegada.
Gente, descer de um avião, em dezembro, naquele calor maravilhoso do Brasil. Sentir aquela brisa ou aquele mormaço, qualquer coisa está valendo. Esperar pelas malas, pegar aquele peso e sair com o carrinho pelo portão de desembarque, não vendo a hora de encontrar aqueles olhos felizes, ouvir aquelas vozes. Sério, gente, que vontade de ir para lá, andar pelas ruas de Imbituba, sentir o clima de Natal brasileiro misturado com aquele início de verão.
Neste fim do verão aqui, não me atento ao princípio do outono, e sim ao começo da primavera lá e de tudo que minhas estações preferidas têm a oferecer. Que saudades!
Corridinha de ontem
Na corridinha do fim de tarde, comecei a sentir os ares do outono. O vento está suave, mais pro frio, não é mais aquele mormaço que me arrastava. Agora me sinto mais leve, corro com mais facilidade.
Saindo do nosso bairro, avisto uma labareda crescendo, numa chácara aqui perto. Ela me chama a atenção, são tantas as notícias do fogo na Califórnia e Oregon, e mais alguns estados. Verifico que tem alguém "manuseando" o fogo, é algo no quintal da propriedade. Olho as altas árvores no entorno, não gosto da ideia daquilo se alastrar. Quem pode controlar? Continuo no meu pace, pensando naquilo, será que tem que denunciar? Conversando com meus botões, me distraio, um pé pisa em um terreno diferente, e o resto do corpo não acompanha. Engraçado, porque agora parece que meus tombos são em câmera lenta, a cabeça quer controlar, mas o corpo vai desmoronando. Parece que eu estou assistindo a mim mesma. Queria alguém filmando meu tombo, para ver como foi. Levanto, olho em volta, muitas casas, se alguém viu, não sei... refaço o caminho caminhando alguns passos, para ver se está tudo em ordem. Parece que sim, tudo quente, só vou sentir mais tarde. Volto a correr, esqueço do fogo.
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