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terça-feira, 29 de setembro de 2020

Pequenos textos (conectados e desconectados)

Sempre dormi bem, sono fácil e pesado. Mas tenho percebido que ultimamente estou dormindo mal. Até imagino os porquês: ansiedade, não poder me planejar, saudade da minha mãe e não saber quando vou poder estar junto dela, fim de ano chegando, além do exercício físico no fim de tarde que me deixa mais agitada. Até na leitura noturna, pego um livro, mergulho na história, e não consigo largar, parece que os personagens me fazem companhia, não como antes, agora é mais intensa a necessidade de me transportar para algum lugar, viajar mesmo.


Outro dia, percebi João se batendo para dormir, perguntei o que era, ele disse que estava pensando… lembrando dos brinquedos que eu havia prometido quando nos mudamos. Eu havia prometido uma cozinha, ele aproveitou e pediu um chapéu de chef, um avental de chef, um banheiro com duas portas… um restaurante. Ele quer ter um restaurante.


Hoje olhei aquela franja dele nos olhos, lisinha e escorrida como a minha, fiquei agoniada. Peguei a tesoura, falei para ele sentar num banquinho na banheira (como raramente usamos a banheira, nem tirei o banquinho de lá, já serve para isso, salão improvisado). João tem redemoinho na franja, herança da mãe e do pai, e eu não sei cortar cabelo, mesmo assim tento dar meu melhor. Cortei, penteei de lado, ficou bom. Ele foi brincar, deu seus pulos, e a franja foi pro meio da testa. Tive uma crise de riso, a franja dele nunca fica pra frente, mas pulando ela apareceu bem. Ai, ai! O que fazer, né. Cabelo cresce.






 

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