Páginas

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Obrigada, Batedeira velha!

   Estou me despedindo da minha velha batedeira, que eu trouxe do Brasil, e ainda uso com um adaptador para conectar na tomada. Foi um presente. Eu pouco utilizava a batedeira, costumo fazer tudo à mão. Mas como estou experimentando receitas novas, achei que era o momento. O que me fez tomar a decisão final foi a receita de esfiha de carne da Isamara Amâncio (a foto está no meu Instagram: @joujou.melendres). Senti, ao sovar aquela massa, que o resultado final poderia ter ficado melhor com uma batedeira com o gancho apropriado.
   Quando chegamos há 8 anos (e alguns meses) atrás, a primeira coisa que batemos o olho nas promoções sazonais, foi a batedeira da KitchenAid. O preço baixava, parecia atrativo, a batedeira chama a atenção, é bonitona! Mas eu não ficava convencida, deixava pra uma outra oportunidade. 
   Nesses tempos de pandemia, alguns modelos já estão em falta até online, por isso não vale muito a pena ir em lojas para procurar variedades, modelos e afins. Pesquisamos preços, tudo meio parecido, escolhemos no site da KitchenAid um modelo azul-claro (tinha azul-escuro lindo, mas só estava disponível em outubro), chega este fim de semana.
   Pra me despedir da batedeira antiga e amiga, resolvi fazer um bolo embrulhado de coco. Me traz boas lembranças, eu e minha irmã gostamos muito. Fiz apenas uma vez, lá no comecinho, até postei (link logo abaixo). Minha irmã fez uma ilustração. Naquela receita eu dei uma adaptada com produtos que eu encontrava no mercado. Agora que eu (acho que) já sei onde achar tudo, peguei uma receita oficial, da Rita Lobo. 
   Gente, eu tava mega atrapalhada ontem, derrubando as coisas, bagunceira. João queria fazer comigo, fomos quebrar os ovos, a primeira gema já vazou... e eu tinha que bater primeiro as claras, enfim... estava trabalhando cheia de culpa e irritação. Culpa por não dar atenção a ele, e irritação por as coisas saírem fora do planejado. E nessas horas fico contando com a sorte, se der certo, deu. Só sei que não usei o suporte da batedeira, fiquei segurando com a mão aquela parte que leva as pás e trabalhando ali nas claras em neve, inseri as gemas, o açúcar... desliguei, deixei encostado e fui até a pia, rapidinho. Quando virei, a batedeira, o pote com ovos e açúcar foram inteiros pro chão. Pensa na alegria. Parei tudo. Fui limpando, pensando em desistir, pensando na frustração... Quando estava tudo aparentemente organizado, resolvi começar denovo. Peguei o suporte que não havia pego antes, e lá fui eu denovo. Fiz a receita conforme as instruções da Rita Lobo, tinha a receita da Carole Crema também, bem parecida, mas levava mais açúcar na massa. Na hora de molhar o bolo, achei líquido demais, diminuí um pouco do leite... e depois quando fui cortar o bolo, achei que absorveu bem, e talvez faça falta. Pensando nisso, em alguns pedaços, eu fiz uma mistura de Baileys e leite de coco e dei mais uma molhadinha no bolo. Ainda não comi. Volto aqui para dizer o resultado.

Meu primeiro texto sobre Bolo Embrulhado:







sábado, 13 de fevereiro de 2021

Dona de casa

Você evita se autodefinir dona de casa?
Eu sim. Mas, por quê?
Não sei, talvez seja pelos outros, pela sociedade de modo geral.
As próprias mulheres olham de cima a baixo, 
Intitulam a você um prendada, caprichosa... 
Gente, certas palavras não funcionam como elogio, pelo menos pra mim.
Não são ofensa, é claro, mas alguém já ouviu o "prendada e do lar" que gerou polêmica?

Mas, vou dizer, se fosse só por mim, diria, eu me sinto privilegiada.
De poder cuidar do que é nosso, de administrar a casa, de fazer a casa cheirar a pão, feijão, roupa limpa, pinho sol.
E o que mais importa: 
Ter ao meu lado alguém que realmente valorize quem eu sou e o que faço. Isso faz total diferença!  

Mas daí vão perguntar seus planos, conversar sobre ambiente de trabalho...
Desafios, tretas, confusões e você não faz parte daquele meio... 
Vai acrescentar o que no mundo dos negócios? 
Qual palpite dar?
Sei lá, na hora prefiro ficar muda... aliás, muitas vezes prefiro ficar muda.
Escutar e tentar pescar alguma inspiração.
Escutar e tentar alguém para me identificar.
Deve ser por isso que minhas interações sociais
Funcionam por duas horas. 
Eu não aguento muito. HAUHAUAHUAHA!

Tenho minhas frustrações?
Sim.
Penso no futuro?
Sim.
Tenho meus sonhos?
Óbvio.
Um dia posso voltar ao mercado de trabalho remunerado e oficial.
Um dia posso ter meu negócio.
Posso ser uma escritora ou fotógrafa de sucesso.
Sei lá.
Eu vivo meu status Dona de Casa
O dia que ele for reconhecido unanimemente como importante
Talvez eu pare de me questionar tanto.