Manoel Martins
sempre foi a voz da Rádio Imbituba, desde meus tempos de criança eu ouvia o
programa quando estava na casa da minha avó. Para mim sempre foi uma voz forte
e familiar, não chega a ser um Nelson Gonçalves, mas é da época dele. Quando eu
o avistava pelos eventos da cidade, sempre nos palanques, sempre perto das
figuras importantes, gostava de observar a imagem daquele senhor baixinho,
magrinho e respeitado, ele sempre teve um quê de minicelebridade. Manoel
Martins foi amigo de meu avô. Meu avô já se foi, mas Manoel Martins continua
lá, firme e forte, com seu mesmo estilo de entrevistar e de transmitir as
notícias da cidade.
Minha irmã vai dar
um Workshop de Decoração em Imbituba e a maneira mais fácil de divulgar é através
do rádio. E ela foi até lá ser entrevistada pelo radialista. Eu estava nervosa
por ela, porque, para nós, ele já é uma figura lendária. E sabe aquele tempo
em que você respeitava os mais velhos e só eles falavam? Agora era a vez dela
falar. E como será que ela ia chamá-lo? De "Seu Manoel"? Engraçado,
isso é respeito.
Seu Manoel, no centro; à direita, o prefeito (que nos meus tempos de infância morava duas casas adiante). Imagem via: http://paginaaberta.net/tag/aniversario-de-imbituba/. |
Ela falou sobre o
curso, ele no começo me pareceu meio das antigas, porque algumas palavras novas
não pareciam combinar com seu estilo (worskop, design de interior), mas depois
improvisou muito bem e a conversa se desenvolveu naturalmente. E como
entrevista de rádio de interior é mais informal, ele relembrou do passado, de
quando minha mãe foi rainha do clube, falou nomes, contou histórias. E para introduzir um assunto, começou perguntando
se minha irmã era católica e se ela achava a igreja da cidade bonita. Ela respondeu, segura, que
achava linda. Então ele contou quando ela foi construída, quem fez o projeto e
qual era o modelo escolhido. Meu avô fez o projeto da igreja, e o modelo
escolhido eram as igrejas mineiras e, para isso, meu avô foi até Minas se
inspirar.
Me emocionei,
porque vi direitinho a Imbituba do meu tempo de infância, clara, limpa, azul da
cor do céu, o vento forte! Escutei o caminhão de gás passando com sua música
triste, me vi indo para praia cedo e as janelas se abrindo, o senhorzinho da
casa de esquina que dá Bom dia. Imaginei a bela igreja, cenário dos casamentos
dos meus tios, primos, onde da porta dá para ver o mar; vi a pracinha onde fiz
piqueniques com o pessoal da catequese; o salão paroquial onde ganhei 2 frangos
no bingo... enfim, vi minhas origens. E ter uma cidade daquela como berço, como
casa, não tem preço.
Muitos podem ter escutado a entrevista por escutar, ou
para poder pegar as informações do curso (http://lojadabella.tanlup.com/product/611217/workshop-sua-casa-do-seu-jeito), mas para mim valeu muito mais. Meu
orgulho inflou.
Esse é um trecho da entrevista.
Que família hein!! Logo se vê de onde vem toda essa sua força!!
ResponderExcluirOrgulho, amiga!! É isso que eu sinto!! Saudades, Beijos ;)
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