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domingo, 28 de junho de 2020

Final de Junho 2020

   Falta um mês para ir para a nossa casa. O apartamento temporário tem tudo que precisamos, está bem localizado. Se eu pudesse ir, tem academia, piscina... enfim, bem confortável. Tenho momentos caídos, meio perdida, estamos numa cidade bem maior que Hagerstown, mas aparentemente não me atrai. Como pouco posso explorar, não achei um canto, um bairro, coisas pra dizer que são a minha cara. Hagerstown também não me era atraente, mas fui descobrindo meus lugares, ela foi-se fazendo familiar. A sensação que tenho é a mesma de quando me mudei para Jaguariaíva na adolescência, sabia que era melhor para a gente, mas não abracei a cidade logo de cara. Depois fui me encontrando, fazendo amigos, andando por tudo com toda a liberdade. Hoje tenho a consciência que vivi lá um período muito importante da minha vida. Voltando aqui pra Greensboro, pesquiso, procuro pelas coisas locais, por atividades ao ar livre, mas esses dias fomos dar uma volta no centro e as lojas, restaurantes estavam com tapumes, carros de polícia bloqueando certas ruas, o que cria um clima meio hostil. De carro ainda consegui avistar alguns lugares que atraíram minha curiosidade de saber o que é, parar, mas não paramos. Por isso, sei que preciso de um tempo pra me sentir em casa. Até agora, parece que estamos de ''férias'', e uma hora nós iremos voltar pra casa.
   Daí algumas pessoas perguntam por perguntar - "E aí, já se adaptou, tá gostando". Não, não me adaptei, não gostei ainda. Calma lá, eu vou criar meus momentos, por enquanto tem sido apartamento, mercado corrido sozinha, nossas pequenas caminhadas e a quadra de tênis com João e Flavio.









segunda-feira, 15 de junho de 2020

Primeiros dias

   Estamos em um apartamento temporário. Nossas coisas estão num depósito, assim que nossa casa estiver disponível, nos mudamos definitivamente para lá. Fomos ver a casa no sábado, pelo menos em um cômodo, sala de jantar, já imaginei como distribuir os móveis que tenho, espero que o móvel azul caiba lá. Já quero enfeitar pro meu aniversário!! Hehe! Conheci dois vizinhos, uma família brasileira (sei que no mesmo bairro moram mais duas) e uma família não sei de onde ainda que vai morar logo em frente, todos com filhos da idade do João. Já tenho um número bom para o aniversário dele.
   Bom, os apartamentos temporários são muito bem preparados, trouxemos roupas, comida, brinquedos e algum objeto do dia a dia que eu talvez não achasse aqui. A localização do apartamento temporária é ótima. Fica no meio de vários malls (pequenos shoppings abertos muito comum aqui nos EUA), posso encontrar de tudo. Ontem fui dar uma caminhada para ver distâncias, daqui até uma loja lá dá 1km, ou seja, posso fazer umas 5x. Hoje fui ao mercado, adoro passar um tempo na parte de comidas internacionais. Achei paçoca mexicana, bolacha Maria mexicana, suco de maracujá para eventuais siricuticos nervosos.
   Sobre explorar a cidade, meio difĩcil nesses novos tempos. Observei que o uso da máscara não é obrigatório, acho que tá em torno de 50% o uso. Tenho procurado lugares ao ar livre, farms market, sorveterias, parece que tem  muita coisa legal. Ontem mesmo um pop up store de doces e flores aconteceria com duas horas de duração, aula de ioga ao ar livre. Vi também uma fazenda de borboletas, essa só tem previsão de abertura em setembro. Enfim, vamos fazendo as coisas com calma e cuidado.






sábado, 13 de junho de 2020

Mudança em meio à pandemia

   Nossa mudança para Carolina do Norte já estava prevista para antes da pandemia. Em fevereiro, viemos fazer uma primeira visita para dar uma olhada em casas. Ainda estava frio e tinha nevado, o que me parece não ser tão comum como em Hagerstown. Flavio voltou mais uma vez, para continuar na procura por casas, a partir dessa visita, já ficamos mais ou menos acertados onde iríamos morar.
   Metade de março Flavio viria para cá para começar a trabalhar daqui, eu ficaria em Hagerstown até nossa casa ser vendida, e ele voltaria nos fins de semana. Em cima da hora, com os rumores de que as coisas poderiam fechar, resolvi vir junto para apoiá-lo. 
   Chegamos na segunda quinzena de março, bem no final de semana do SE PUDER, FIQUE EM CASA, escolas estavam decidindo fazer aulas pelas internet, a empresa em reunião para decidir sobre o home office, a galera louca acabando com o estoque dos rolos de papel higiênico do Walmart... enfim, bateu a insegurança, a ansiedade de não poder fazer a quarentena na minha própria casa, pirei, chorei. Para minha sorte, nem tudo estava perdido, o setor do Flavio foi autorizado a começar o home office. Refizemos as malas e voltamos para nossa casa em Hagerstown. Nossa, voltei radiante, passamos no mercado, encontrei duas conhecidas, uma fiz de conta que não vi, outra abanei e recebi o mesmo abano de volta. Clima estranho.   
   E de casa, fomos acompanhando a evolução da pandemia. Quando marcavam a visita para ver a casa, saíamos de carro até o C&O canal ou pelos bairros. Dentro da casa, avisos para não tocar em nada, as portas dos cômodos, dos armários abertas, as luzes acesas, o uso da máscara era exigido. Mesmo assim, chegava em casa, antes do Flavio e João entrarem, eu ia limpando corrimão, maçanetas, tirando os panos para lavar, rezando para que tudo desse certo. Em dois meses vendemos a casa, nesses dois meses nos adaptamos ao novo real. Apenas um de nós no mercado, tomar banho assim que chegasse da rua, botar roupa na máquina. Para desestressar, saía para correr.
   Em maio, teve o aniversário do Flavio, pensei como não ia ter despedida, podia aderir à nova moda e combinar com o pessoal de fazer uma carreata para ele. Assim poderíamos ver todos de uma maneira segura. Todos toparam. Foi rápido, mas teve tanto significado para gente. Ali pelas 17h, Flavio foi pego de surpresa, como ele é desligado, chamei João para ver algo na varanda. Eu já havia recebido o sinal que eles estavam à caminho. Quando despontou a primeira buzina na esquina da Karina, Flavio olhou pra mim e abriu um sorrisão. João ficou muito animado. Tão bom ver todas aqueles rostos tão cheios de carinho. Quando a Rachel desceu do carro com o cartão abraço, me surpreendi também, achei a coisa mais linda. Ela foi andando, olhando para trás, e a vontade de ir lá e dar um abraço!! Em todo mundo! 




Imagens: arquivo pessoal.


   Enfim, esses últimos meses em Hagerstown foram de muita emoção. Ainda voltarei nesse assunto algumas vezes. 
  Ontem, dia 12 de junho de 2020, pegamos a estrada para Carolina do Norte. Como são dois carros para trazer, alugamos uma carreta. Quando olhava pelo vidro o carro rebocado, me sentia no desenho do Mickey, que o Pateta sai dirigindo o trailer, o trailer desengata e o povo que está dentro vai viajando no sufoco. E o Pateta, só na tranquilidade, canta: Ela vem pela montanha, ela vem... HAHAHA! A viagem foi bem tranquila, o carro chegou inteiro. Já estamos instalados, tudo em ordem, agora enfim tive tempo para escrever. Estamos em um apartamento temporariamente, em breve nossa casa estará pronta. E assim vamos iniciar mais um capítulo da nossa história aqui nos EUA. Assim que for possível, vou contando o que tenho visto por essas bandas. Me aguardem!