Vendo um programa de decoração de TV, a cliente é uma mãe com uma criança com deficiência auditiva. Enquanto a mãe conta a história, que comove, o apresentador (decorador) olha nos olhos da mãe e, pelo brilho dos olhos dele, a gente consegue sentir que ele está sensibilizado e criou empatia com a mãe. Faz tempo que quero falar sobre esse assunto, conhecendo pessoas novas ou conversando com as pessoas conhecidas há mais tempo, poucas são as que olham nos olhos, se interessam por sua história, ouvem realmente. É compreensível que todos queiram falar, ou até tenham histórias que complementem a sua, mas como faz diferença a tal da empatia. Empatia cria laços, é a base para a amizade saudável. Quantas conversas murcharam, quantas vezes fiquei no vácuo, ou parei de falar de propósito, só para ver se a pessoa conseguia pegar a fio da meada. Observo até aquele "u-hum" disfarçado em ar interessado, logo depois a pessoa desvia todo o assunto, voltando somente à própria história. A partir disso, passei a me policiar também, prestar mais atenção, deixar a pessoa falar, olhar nos olhos, enfim, fazer o que eu queria que fizessem por mim. Não que eu me interesse por todas as histórias, não que eu queira criar laços com todo mundo, talvez faça isso por uma questão de respeito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário