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sábado, 13 de junho de 2020

Mudança em meio à pandemia

   Nossa mudança para Carolina do Norte já estava prevista para antes da pandemia. Em fevereiro, viemos fazer uma primeira visita para dar uma olhada em casas. Ainda estava frio e tinha nevado, o que me parece não ser tão comum como em Hagerstown. Flavio voltou mais uma vez, para continuar na procura por casas, a partir dessa visita, já ficamos mais ou menos acertados onde iríamos morar.
   Metade de março Flavio viria para cá para começar a trabalhar daqui, eu ficaria em Hagerstown até nossa casa ser vendida, e ele voltaria nos fins de semana. Em cima da hora, com os rumores de que as coisas poderiam fechar, resolvi vir junto para apoiá-lo. 
   Chegamos na segunda quinzena de março, bem no final de semana do SE PUDER, FIQUE EM CASA, escolas estavam decidindo fazer aulas pelas internet, a empresa em reunião para decidir sobre o home office, a galera louca acabando com o estoque dos rolos de papel higiênico do Walmart... enfim, bateu a insegurança, a ansiedade de não poder fazer a quarentena na minha própria casa, pirei, chorei. Para minha sorte, nem tudo estava perdido, o setor do Flavio foi autorizado a começar o home office. Refizemos as malas e voltamos para nossa casa em Hagerstown. Nossa, voltei radiante, passamos no mercado, encontrei duas conhecidas, uma fiz de conta que não vi, outra abanei e recebi o mesmo abano de volta. Clima estranho.   
   E de casa, fomos acompanhando a evolução da pandemia. Quando marcavam a visita para ver a casa, saíamos de carro até o C&O canal ou pelos bairros. Dentro da casa, avisos para não tocar em nada, as portas dos cômodos, dos armários abertas, as luzes acesas, o uso da máscara era exigido. Mesmo assim, chegava em casa, antes do Flavio e João entrarem, eu ia limpando corrimão, maçanetas, tirando os panos para lavar, rezando para que tudo desse certo. Em dois meses vendemos a casa, nesses dois meses nos adaptamos ao novo real. Apenas um de nós no mercado, tomar banho assim que chegasse da rua, botar roupa na máquina. Para desestressar, saía para correr.
   Em maio, teve o aniversário do Flavio, pensei como não ia ter despedida, podia aderir à nova moda e combinar com o pessoal de fazer uma carreata para ele. Assim poderíamos ver todos de uma maneira segura. Todos toparam. Foi rápido, mas teve tanto significado para gente. Ali pelas 17h, Flavio foi pego de surpresa, como ele é desligado, chamei João para ver algo na varanda. Eu já havia recebido o sinal que eles estavam à caminho. Quando despontou a primeira buzina na esquina da Karina, Flavio olhou pra mim e abriu um sorrisão. João ficou muito animado. Tão bom ver todas aqueles rostos tão cheios de carinho. Quando a Rachel desceu do carro com o cartão abraço, me surpreendi também, achei a coisa mais linda. Ela foi andando, olhando para trás, e a vontade de ir lá e dar um abraço!! Em todo mundo! 




Imagens: arquivo pessoal.


   Enfim, esses últimos meses em Hagerstown foram de muita emoção. Ainda voltarei nesse assunto algumas vezes. 
  Ontem, dia 12 de junho de 2020, pegamos a estrada para Carolina do Norte. Como são dois carros para trazer, alugamos uma carreta. Quando olhava pelo vidro o carro rebocado, me sentia no desenho do Mickey, que o Pateta sai dirigindo o trailer, o trailer desengata e o povo que está dentro vai viajando no sufoco. E o Pateta, só na tranquilidade, canta: Ela vem pela montanha, ela vem... HAHAHA! A viagem foi bem tranquila, o carro chegou inteiro. Já estamos instalados, tudo em ordem, agora enfim tive tempo para escrever. Estamos em um apartamento temporariamente, em breve nossa casa estará pronta. E assim vamos iniciar mais um capítulo da nossa história aqui nos EUA. Assim que for possível, vou contando o que tenho visto por essas bandas. Me aguardem!





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