Pausa para autocuidado

Comecei a fazer um acompanhamento nutricional com a Clínica Seven. 

Fácil não é. O que não foi fácil? Cortar as porções. Não que eu me alimente mal, mas eu só tava comendo prato cheio. HAUHAUAHUAHA!

O exercício físico faz parte da minha rotina, meu corpo já assimilou isso e estacionou. Então incluí novas atividades. 

Cortar os doces é bom e ruim. A parte ruim: difícil ficar sem o docinho prático, a sobremesa. A parte boa é: selecionar e aproveitar mais a sobremesa. Porque ela não será excluída da sua vida, mas você tem que reaprender a saborear, a escolher. 

Pela primeira vez pude entender como meu corpo funciona com 1 semana de detox. 

Sobre ela posso dizer: tenho problemas com tomar água e um dia conseguirei beber chá. Mas gostei muito dos shots matinais. Dormi melhor sem café (sinceramente, achava que pra mim a cafeína não fazia muita diferença). E como ingerimos pouco carboidratos senti a falta de energia nos exercícios, fiz cansada, não rendia. Sabia do motivo do cansaço, mas nem por isso deixei de fazer meus exercícios. Quando voltei com a quantidade de carboidratos adequada, senti meu corpo cheio de energia e leve. É impressionante sentir os efeitos. Porque saber a gente sabe, mas fazer a experiência propositalmente e ver os efeitos. Incrível sentir como o corpo reage.

Enfim, a gente acha que sabe tudo de dietas, de se alimentar bem... Sabemos bastante. Mas ter um profissional acompanhando, ter alguém que cobre sem você se ofender (sim, porque qualquer pessoa pode chegar e dizer verdades, mas você acha isso legal?), era tudo que eu estava precisando no momento. Não estava dando conta de fazer uma dieta sozinha, e precisava de algo para o meu momento. Porque nutricionista é quase que um psicólogo, vai ouvir, vai perceber suas fraquezas, e você precisa compartilhar verdades. 

É algo muito pessoal esse negócio de imagem de si, de se sentir bem consigo mesmo. Eu tenho um sinal de alerta aqui, um botão que me diz: daí não dá mais.

Parte difícil: manter tudo isso aí. 

Magnolia - Waco (TX)

Realizei um sonho emprestado da minha irmã Bella. Ela formou-se em Engenharia Civil, mas sempre gostou de decoração. Fez um curso técnico nesta área… Enfim, um de seus programas favoritos na TV era o Fixer Upper da Joanna Gaines. Eu assistia também, não com o mesmo entusiasmo, mas achava que ela tinha bom gosto. Depois que vim morar nos Estados Unidos, comecei a prestar mais atenção em decoração, nas coisas da casa, nas cores etc. Encontrei alguns estilos que me agradam e me fazem sentir realmente em casa. Acompanhando no Instagram uma moça que se dedica a decorar a casa, vi que ela fez uma viagem e passou em Waco (TX) para conhecer a loja Magnolia. Fiquei com isso na cabeça.

O Spring Break se aproximou, os planos eram NYC, mas não estava bem certa se era isso que eu queria mesmo. Comecei a explorar o site da loja Magnolia, os eventos… e eis que surge um excelente motivo: um final de semana de corridas promovido pela loja. E o melhor, o Chip é corredor também. Já me animei a procurar passagens acessíveis para o Texas. Passagens encontradas! Parceria perfeita aqui em casa. Fomos em busca de hotel. Os preços estavam ok, mas nada atraente. Resolvi buscar no Airbnb. Muitas casinhas restauradas no estilo Joanna. Gostei de uma, em particular. Mesmo preço de hotel. Fechamos.

O dia da viagem chegou. O voo saía de Asheville, 2h30 de carro até lá. De lá, voo para Austin (TX) de 2h40. E até Waco, mais 1h40 de carro. Puxadinho, mas a empolgação nos empurrou. A viagem foi tranquila. Único porém foi o shuttle do terminal South para o terminal Principal em Austin (onde pegaríamos o carro alugado). Só tinha um shuttle, e demorou quase 1 hora, o que atrasou nossa chegada a Waco. Chegando em Waco, fomos procurar algo para comer, o plano era ir numa pizzaria, mas ela já havia fechado. Por sorte, no centrinho da cidade estava acontecendo um show de música local. E ali haviam várias barraquinhas/food trucks. Deu até pra escolher. 

Depois disso, fomos procurar a casa. Quando chegamos no endereço, ficamos na dúvida. O apartamento charmoso era uma parte anexa de uma mansão, como se fosse uma garagem. Eu havia lido sobre a casa, mas a foto só mostrava a tal “garagem”, não todo o terreno, a mansão em si e o grande jardim. Parecia que a gente estava invadindo aquela propriedade privada. E não dava pra saber se havia alguém na mansão. Fiquei com um pouco de medo. Mas o lugar era exatamente o que vi no site, e dentro era perfeito. 

Parte da Migel House pelo Airbnb
Fotografia: @joujou.melendres 

Minha corrida já era na manhã seguinte. Acordei cedo e fui caminhando até o Silos. As ruas completamente vazias, bem cidade do interior. E o vento! Só faltava passar aqueles fenos rolando. Alguns trechos dei uma corridinha. E quando avistei o carro de polícia bloqueando uma rua para a corrida, me senti mais à vontade.

Cheguei no Silos, na loja Magnolia e fui atrás do meu kit para a corrida. Recebi minha sacolinha e fui para um canto trocar a camiseta que eu usava pela camiseta de corrida. E fiquei ali pensando: “o que vou fazer com essa sacola?”. Quando olho pra frente, saindo do banheiro (que eu nem havia reparado que tinha), o Chip Gaines (marido da Joanna) me dá um Tchauzinho. Retribuí, extasiada. E fui na direção de onde ele entrou, mas não consegui alcançá-lo. Ele já estava indo para o pequeno palco perto da largada. Fui até lá assistir ao casal. Vi Chip, Joanna e o filho menorzinho. Ainda com a sacolinha na mão, vi um lugar onde poderia deixá-la, na rua mesmo, e larguei por ali. Por sorte, ela estaria ali na volta. E estava.

Deixei minha sacola nesta esquina, em
cima desta “caixa”.
Fotografia: @joujou.melendres 

Depois da corrida, João e Flavio vieram para a primeira corrida do João. Corremos juntos. O danadinho correu o percurso inteiro. Queria dar os piques dele, mas segurei pra ele conseguir completar o percurso inteiro correndo. Finalizamos bem, correndo bonito. Muito orgulho!

Saindo da Magnolia, demos uma passadinha no Farmer’s Market do centro, que tem todo sábado. A barraquinha de pães que eu havia pesquisado no Instagram estava Sold out, nem um farelinho. Flavio comprou temperos, queijo premiado de um fabricante local (iríamos na fábrica no final da tarde).

Nosso almoço foi num lugar pitoresco de churrasco texano, o Guess Family Barbecue. Bem gostoso, parecia que a gente estava naqueles churrascos de igreja, com direito à plaquinha com o número do pedido. Comi Brisket, Flavio preferiu costela e João quis mac and cheese.

Guess Family Barbecue
Fotografia: @joujou.melendres 

À tarde, pude explorar todas as lojinhas ali do complexo Magnolia. Muitos trailers com comidinhas, drinks, bakery. Uma delícia para passar a tarde.

Silos at Magnolia.
Fotografia: @joujou.melendres 

De lá fomos até o fabricante de queijos, uns 15-20 minutos do centro. Aliás, esta área é cheia de fazendas com mesinhas para fora, lojinhas para visitar. Para jantar, fomos no restaurante Cafe Homestead, mesmo estilo fazenda e comida confort food americana. Quis aproveitar bem o sábado, porque domingo a maioria dos lugares que escolhi estavam fechados.

Brazos Valley Cheese
Fotografias: @joujou.melendres 

Domingo foi a vez do Flavio correr. Voltou trazendo sua medalha feliz da vida também. Almoçamos no Milo. Lugar descoladinho. De lá seguimos até Magnolia para usar os tickets de sorvete free que ganhamos na corrida. Sorvete tomado, fomos descansar.

Pro jantar escolhemos o Union Hall, um grande espaço com uma variedade boa de restaurantes. Só pegar uma mesinha e escolher o que for do agrado. Era neste mesmo lugar que iríamos comer a pizza, quando chegamos de viagem.

A viagem foi um sucesso. Realizei um sonho emprestado, voltando  para as corridas de rua da melhor maneira possível!

Para ver mais fotos da viagem, visite o meu Instagram:

@joujou.melendres 

Pausa para reflexão

Estou tão envolvida com a comida 
É um caso de amor mesmo

Gosto de um prato bonito;

Folheio revistas de fotografia;

Acompanho programas culinários;

Cozinho, uso temperos;

Tiro fotos, amo cheiro de pão na casa

(Pensando em como colocar em um vidrinho: “perfume de cheiro de pão”, ia ganhar rios de dinheiro)

Vou a lugares em busca de novos sabores;

Revisito os sabores de infância,

A memória afetiva;

Dou vazão a todos os sentimentos 

Ligados ao ato de comer 

Poderia até dizer que como sem culpa

Mas não, tem a vaidade 

Essa dona tem suas artimanhas 

Às vezes é sutil, num ângulo de uma foto

Já no espelho, ela me encara de frente, 

de lado 

Na balança, ela se manifesta claramente 

Eu digo a ela:

“Não vou largar a coxinha!

O bolo em camadas 

O coquetel colorido por você!”

Daí paro e penso:

“Mas eu não como isso todo dia!

Não abuso do sal, da gordura, divido todos os  doces que posto, a atividade física faz parte do meu dia a dia…

O que tenho feito? 

O que mudou pra quilos indesejáveis 

Permanecerem?”

Não posso reclamar, não são muitos 

Mas pelo caminho que eu estou trilhando

Se eu não parar para me analisar 

E mudar um pouquinho que seja 

Eles tendem a ficar 

E a ganhar companheiros extras

Daí sim, um caminho difícil de achar retorno

Resolvi encarar uma dieta 

Coisa que eu já não tinha paciência 

Muitos menos vontade de fazer 

Achei algo com pessoas que me identifiquei 

(Depois isso pode até virar modinha, já vi que muita gente também está aderindo)

Especificamente, duas pessoas me convenceram: Fafá de Belém e Astrid Fontelle

Mulheres de verdade, com corpo de verdade 

Esta semana, mais uma modelo real com resultados:

Carola Crema 

Gente, ela vive no mundo encantado de doces que sonhei pra mim e conseguiu!

Eu com minha formação 

de Publicidade que pouco utilizei

Tiro o meu chapéu

O Marketing está incrível!

Pois, enfim, resolvi assumir o compromisso 

Comigo e com o bolso 

Estou bem no comecinho 

Não tem mistério, loucuras 

Não tem remédio

E não é fácil 

Mal humor muitas vezes impera 

Graças a Deus conto com paciência e apoio em casa

Não tem preço que pague isso.

Enfim, meu plano é, 

não sei se você vai se identificar comigo:

“Chegar no meu peso ideal 

Ter aquele quilo extra de respiro 

(Pro fim de semana, vai)

E ficar só com a parte do prazer em comer de tudo, sem culpa (por um bom tempo!).

Escrevo tudo isso

E rio de mim:

“Vai que daqui a uns meses estou repetindo a mesma ladainha?”

O que não é difícil, já fiz isso, voltarei a fazer

E não interessa, o momento é o agora 

Se neste momento, 

essa mudança vai me fazer feliz, 

Vou atrás dela 

Volta pra casa 2022

Volta ok. Cansativa. Cara da frente no voo de SP-Dallas tossindo pra caramba, me causou uma péssima impressão. Dito e feito, terça Flavio acordou com dores no corpo. Eu já tinha adiantado bastante coisa, a casa já estava em ordem, não que eu tenha conseguido fazer uma limpeza, mas os vestígios da viagem já não estavam aparentes. Isso me conforta, não gosto das coisas espalhadas, de trabalhar no caos. Fiz sopas, almoços, sucos, correu tudo bem, graças a Deus. Tão pilhada que pouco tenho tempo de sentar e contemplar. Um pouco de mau humor e sentimento de culpa, devia ficar mais agradecida. Mas sou humana, perco a paciência fácil. Agora juntou a neve, o inverno, e algum pensamento de não estar aqui, mas sim lá. Mas, de que adiantaria, não podemos viver em eternas férias. Algumas ideias sem pé nem cabeça, alguns sonhos, e aos poucos vamos entrando no ritmo novamente. Afinal, o que a gente quer dessa vida? Estar lá por estar? Ou estar aqui pra poder ficar bem quando está lá?