No nosso voo de volta para casa, João só de botuca nas
conversas alheias. No banco da frente, alguns funcionários da companhia aérea.
Assim que o avião pousou, todo mundo naquele desespero de descer, João levantou
em cima do banco, agarrou-se na poltrona da frente e soltou um sonoro: "Oi?!"
Numa simpatia, que nem eu, em outras épocas, resistiria! HAUHAUAHAUAHA!
Assim que chegamos em D.C., ali pelas 6h30 da manhã,
João já tinha acordado. Assim como a mami, ele é uma pessoa matutina, e, depois de
uma boa dormida, costumamos acordar num pulo só. Numa felicidade de quem sabia
que estava em algum lugar seguro, mas sem noção de onde estávamos, gritou: "Eba,
praia!!". Escutei algumas risadinhas. Depois disso ainda ouvi alguns: "Tchau,
João!". Meu menino fazendo amizades por aí.
João brincando com a amiguinha, que não queria dividir
o brinquedo. Estavam se estranhando por um cachorrinho peludo. Ela, um pouco
maior que ele, conseguiu segurar o cachorro. Mas, mesmo assim, continuou
chorando. A mãe dela veio acudir. Eu fiquei só observando. João não se fez de
rogado, ergueu os braços e a mãe da menina pegou João no colo. A menina se
irritou de vez. Queria o colo da mãe. João desceu, e enquanto a menina ainda soluçava
no colo da mãe, João saiu contente com seu cachorrinho. Não me aguentei. Ri
muito!
Gosto de levar o João em restaurantes para ele aprender
a se comportar desde cedo. E, sinceramente, se cair uma comidinha no chão, não
vou ter ataques porque meu chão vai ficar um sebo só. Outro dia fomos numa
lanchonete em Georgetown que gostamos bastante. O espaço é meio justinho, mas
conseguimos um cantinho para gente. João, do alto de sua high chair, se atracou
com as batatas. Não adianta avisar que tá quente, tem que soprar muito, e
depressa. A música ambiente era anos 80, João comia uma batatinha, e dançava
com a cabeça, se achando cool. Descobrindo os pequenos prazeres da vida.
Outro dia fui buscá-lo na escolinha, eu e um pai
esperávamos na porta. A tia abriu a porta, e o amiguinho de João veio direto
pros braços do pai: "Dad!!". João veio logo atrás, me ignorou, abriu os braços
pro pai do amiguinho e gritou também: "Dad!!". HAUAHUAHAUAHA! (só
para eu lembrar mais pra frente, pai do Tate).