Oi gente,
Voltei pra contar da minha primeira maratona depois do
João. Fiz a famosa maratona de Nova Iorque. Estou aqui nos States faz 5 anos, em todos os anos
nos inscrevemos, e só neste ano eu fui sorteada para poder participar. Já vou
adiantando, foi bem difícil. Segui minha planilha de treino, mas não fiz tiros,
só rodei os quilômetros. Não fiz musculação para fortalecer o corpo, pouco
alonguei. Ou seja, completei a maratona, mas sofri bastante. Afffff! Bom, vamos
a ela.
Acordei às 4h15 para pegar o ônibus e seguir para a
largada às 5h30 (na parte mais sul de NYC, no bairro de Staten Island). Como
são mais de 50 mil pessoas, vamos saindo por blocos, meu bloco só saía às
10h15. O engraçado é que todo bloco ouve o hino e escuta Frank Sinatra cantando
New York. Já começa numa ponte, e a gente fica sem noção de que ritmo saiu, o
GPS fica meio doidão feito a gente. Meus primeiros 10k foram ok, sentia um
pouco de calor e me arrependia de ter ficado de colete e manga comprida, olhava
ao redor e todo mundo já tava de manga curta. Tirei a luva e o gorro (brinde do
Dunkin' Donuts que eu não queria perder) e enfiei nos bolsos; já pro final,
sentia frio em meio a garoa e o dia que tinha se tornado cinza, fiquei feliz
por ter guardado o gorro.
Muitos postos de água e gatorade, me abasteci em quase
todos; já pro final, não podia nem pensar em engolir aquele líquido, me dava um
embrulho. E já comecei a achar que só tinha gatorade e água, senti falta de sal
e duma coca-cola. Mais pro final, vi bastante postos com banana, mas também não
desceu, fora que quase escorrei nas cascas. HAUHAUAHUAHAUA! Alguns postos
ofereciam sal, em um peguei um pretzel sequinho, consegui mastigar, mas demorei
a engolir.
Gente, é muito louco o limite que cada um pode chegar!
Acho que quebrei depois do quilômetro 21, mas eu não tinha escolha, desistir
não era algo que eu tinha em mente. Segui. E segui mais consciente nas coisas
ao meu redor, olhando insistentemente pro relógio, pensando no meu tempo, no
quanto faltava eu percorrer. Odiei cada subida de ponte e ficava pensando
"qual o cume dessa ponte?" hehe! No Brooklyn vi muitos judeus de
chapeuzinho e seus graciosos filhos "escadinha" vestidos iguais; no
Queens me emocionei com as cantoras na frente da igreja; no Bronx me animei com
a galera dançando e gritando: "Go Party! Go Party!". Cada figura! Cada mão
estendida para um High five! Quando cheguei no Central Park não sabia se me
sentia leve ou pesada com aqueles quilômetros finais. A Chegada estava lá, em
algum lugar ela estava lá me esperando de braços abertos.
Odiei algumas câmeras que me flagraram andando, também
por causa delas eu voltava a correr, no final refiz amizade com elas, consegui
levantar as mãos e abrir um sorriso.
Meu ponto de referência é o Columbus Circle, é por lá
que sempre inicio minhas corridas quando vou ao Central Park, e a chegada
estava há uns 2km de lá. Passei visualizando o Columbus e segui aquele trecho
interminável, cruzando enfim a linha de chegada. Fiquei feliz e frustrada,
podia ter feito melhor. Sentia falta do Flavio (falei para ele não ir praquela
muvuca com o João e a mãe de jeito nenhum. Tadinho! Sempre preocupado e sempre
me incentivando), senti falta de ver uma cara conhecida, enfim, de ter alguém
para extravazar a emoção ali na hora.
Depois da linha de chegada, todo mundo seguiu mais uns 2km dentro do parque até pegar o poncho para se aquecer do frio. Para sair, tive que voltar esses quilômetros até chegar meu ponto de referência (o Columbus). Em todas as ruas muitos policiais (me perguntaram se eu não tinha medo de ataque terrorista. É claro que sim. Tanto é que corri perto do canteiro central, se viesse um louco, eu podia visualizar melhor... Ah tá), muitos cavaletes bloqueando tudo, a gente só seguia o fluxo. Táxi por ali, nem pensar. Fui caminhando até o hotel, mais meia hora de caminhada. Cruzei metade da 5a Avenida, vestida no meu poncho azul, recebi muitos Parabéns. Nessa altura da vida, já tinha esquecido o cansaço, estava aliviada e orgulhosa de mais um dever cumprido.
Depois da linha de chegada, todo mundo seguiu mais uns 2km dentro do parque até pegar o poncho para se aquecer do frio. Para sair, tive que voltar esses quilômetros até chegar meu ponto de referência (o Columbus). Em todas as ruas muitos policiais (me perguntaram se eu não tinha medo de ataque terrorista. É claro que sim. Tanto é que corri perto do canteiro central, se viesse um louco, eu podia visualizar melhor... Ah tá), muitos cavaletes bloqueando tudo, a gente só seguia o fluxo. Táxi por ali, nem pensar. Fui caminhando até o hotel, mais meia hora de caminhada. Cruzei metade da 5a Avenida, vestida no meu poncho azul, recebi muitos Parabéns. Nessa altura da vida, já tinha esquecido o cansaço, estava aliviada e orgulhosa de mais um dever cumprido.
Imagens: arquivo pessoal. |
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