Dia 16 vai fazer 1 ano do nosso começo do "Fique em casa". Essa foi a nossa data, foi uma segunda-feira. No fim de semana anterior a esse dia (dias 14 e 15), decidimos começar nossa mudança física de Maryland para North Carolina. Já estávamos em High Point (NC), nossa casa já tinha sido colocada à venda, a casa nova ficaria pronta só em agosto, moraríamos alguns meses num lugar temporário.
Naquele fim de semana tudo estava confuso com a perspectiva de um lockdown. O estresse foi demais para mim, chorei, tive crises de ansiedade. Muitas empresas estavam decidindo manter seus funcionários em home office, foi o que aconteceu com a gente. Nós que tínhamos levado bagagem (incluindo um grande pack de papel higiênico, item que desapareceu dos mercados por alguns meses) para passar uma temporada e começar a adaptação, voltamos pro lugar seguro, nossa casa em Maryland. Respirei mais aliviada, começando nosso "Fique em casa", no lugar que era referência de lar até ali.
Com mais calma, uma coisa de cada vez... vendemos a casa, mudamos por 1 mês e meio para um lugar temporário, esperando nossa casa ficar pronta.
Em 1 de agosto, casa novinha em folha. Uma página em branco para pintar e fazer dela a nossa cara. Esse novo lar foi se transformando num lugar aconchegante. Eu que gostava tanto de sair pra jantar, experimentar, comecei a buscar os sabores em casa mesmo, explorando receitas, fotografando, acompanhando João no dia a dia, aprendendo a manter a casa um lugar de trabalho, de convivência e equilíbrio. Nosso refúgio em meio ao caos. Um caos não tão visível para nós, um caos que chega por meio das notícias de números recordes. Sentimos, é claro, o não pode ir e vir, de cara limpa; João não poder ir à escola, conviver com crianças, fazer amigos.
Aqui nos EUA estamos vendo a luz no fim de túnel, a vacinação está acontecendo, logo será a nossa vez. Mas, no Brasil, a coisa vai mal. Minha mãe que precisa de tratamento médico se arrisca toda vez que vai ao hospital. Não tenho ideia de quando poderemos ir para o Brasil com segurança, mesmo vacinados, podemos transmitir para quem não foi vacinado.
Esse é nosso cenário atual, depois de 1 ano de Fique em casa.
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