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quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Polêmicas

Chico César
Gente, li aquela resposta do Chico César, artista que admiro, das obras que conheci, acho original, musical... Achei um pouco de exagero aquela fúria. E qual o problema da arte para ninar? Vamos pegar o estilo que está entre os primeiros para mim: Bossa Nova. A Bossa Nova me inspira, me acalma, me faz querer viver no Rio daqueles tempos. Não posso dizer que vejo algum cunho político-ideológico escancarado, mas Tom Jobim sempre exaltou nossas matas, florestas, nossas belezas naturais. Escreveu sobre mulheres que o inspiraram. João Gilberto era um gênio, criou uma batida que todos tentavam copiar, perfeccionista... tantos artistas excelentes que têm suas diversas fases e inspirações. Enfim, a arte tem que ser respeitada em todas as suas nuances. E o engraçado foi que eu vi a resposta do Chico num post do Instagram do MPB4. Eu conheci o MPB4 tocando Bossa Nova. Vai entender.

Woody Allen
Terminei o livro do Woody Allen. Sim, eu precisava saber o que ele tinha a dizer. Terminei e pensei: Que situação!
Durante o livro inteiro, li todos os prós a favor dele, as autocríticas, a absolvição pela Lei. Quando terminei, em primeiro momento e diante de tudo exposto, dei a ele o benefício da dúvida. Senti o quanto a situação era delicada, pra Mia, pra ele e, principalmente para a filha deles (não a Soon, com quem Woody teve um relacionamento e permanece casado até hoje em dia), mas para a Dylan. Seja lá qual o tipo de crime que ela sofreu, mas a maior vítima foi ela, sem sombra de dúvidas. 
E me pergunto, por que me dei a esse trabalho, por que esse assunto me atraiu? 
O assunto em si não me atraiu, não me interessa lavação de roupa suja, saber de detalhes sórdidos (nunca me mandem fotos de mortos decapitados e não me incitem com fofocas maldosas, eu não quero saber). Mas a obra que sempre admirei. 
Na época que o escândalo explodiu, eu só sabia do Woody Allen dos Super Cines ou Corujão, da Globo, porque era um filme inapropriado para menores (Tudo o Que Você Quis Saber sobre Sexo e Tinha Vergonha de Perguntar e algum outro). Tinha humor, era perfeito para a garota que adorava piadas que, por sinal, às vezes nem entendia. Eu o associava a um excêntrico, meio esquisito, mas engraçado trapalhão. Depois de muitos anos, assisti outros filmes, e aquele jeito dele continuava, mas agora eu já era outra. Os diálogos, as esquisitices do relacionamento humano e toda aquela sinceridade debochada, me identifiquei no ato. E as respostas perfeitas, o inusitado como reação. Era assim que eu agiria, ou isso me faria rir por último se eu tivesse coragem de agir assim. Enfim, ele era o estereótipo tímido, introspectivo, mas que saía por cima. Ou se ele se dava mal, era engraçado.
Fiquei incomodada com toda situação, mas não consigo abandonar a obra dele. Devo ler a autobiografia da Mia, talvez sim, só conheci ela agora, pelo ponto de vista dele. Foi bom ter lido este livro, porque mesmo que seja pelo ponto de vista de um dos envolvidos, os fatos são apresentados. Até hoje eu achava que o pior era ele ter se envolvido com a Soon... Achava que moravam todos juntos e ela também era filha dele, mas as coisas não foram bem assim. Então, gente, muito difícil julgar o que se passa dentro de uma casa, as relações humanas são complexas.   


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