Depois da viagem
à Grécia, em 2010, eu tinha que escolher um país à altura... por que não seguir
a sequência cronológica da própria História? Primeiro o império grego, depois o
romano... interessante isso! Eu ainda podia acrescentar a cereja do bolo: uma
corrida!
Eu e Flavio
corremos desde 2008, na Grécia não deu para aliar uma corrida à nossa viagem,
mas dessa vez elegemos uma corrida em um lugar de sonhos, já que estaríamos na
Itália, por que não fazer uma corrida em Mônaco? Ali pertinho, era só atravessar um pedaço da França.
Meu roteiro na Itália ia ter
que seguir uma reta, sem desvios laterais para não desperdiçar tempo, começando
em Roma, subindo até Florença (Firenze), passando por Milão e finalizando com a
corrida. O voo saiu daqui na sexta:
Sábado – O voo atrasou em
Amsterdam. Passeamos pelo aeroporto, nunca vi tanta gente loira junta, povo
bonito, bem vestido. Vi um batom rosa da Chanel, Boy 54, mas não tinha mais
nada além da amostra. Chocolates diferentes, comprei alguns, achei uma loja do
Leonidas!! Comprei uma caixinha fechada, mas depois me arrependi, eu deveria
ter selecionado os chocos. Ganhamos 2 cartões telefônicos e dois tickets-lanche.
Adoro aqueles baguetes, parecem que têm mais sabor. Flavio comprou 1
minigarrafa de vinho, aliás, vinho acompanhou quase todas as refeições. Liguei
pra mãe do aeroporto da Holanda, ela me perguntou se era tudo plano.
Interessante, não tinha pensado nisso, Países Baixos. Como eu queria que ela
tivesse vindo junto com seus outros pontos de vista. Ela ainda me pediu: “Traz
uma bonequinha!!”. Encontrei uma holandesa com cara de porcelana, que me
acompanhou a viagem inteira. O maior cuidado pra não quebrar a cara da boneca.
Gente, o que era aquela chocolateria no aeroporto? Aquela vitrine! Tinha
japonês tirando foto, saquei minha câmera também. Flavio tomou 1 choco quente e
eu um capuccino, ainda estava sem coragem de quebrar a Quaresma, assim logo de
cara (cortei o choco na Quaresma, mas fiz um trato com Deus que anteciparia em
uma semana, para poder quebrar, já que a data coincidia com a da viagem).
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Chocolateria no aeroporto de Amsterdam. |
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Obras de arte. |
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Flavio me provocando. |
Ainda no sábado,
chegamos mais tarde em Roma, pegamos o metrô. Arrebentei a alça da mala na
escadaria do metrô. Demoramos um pouco para achar o hotel Metrópolis, fizemos “a perdidinha básica”, Flavio entrou em outro hotel para
perguntar onde era. Ao chegar, decidimos comer por lá
mesmo. Eu, uma salada; e o Flavio, um tagliatele. Eros nos atendeu. Falamos que
Eros era o Deus do Amor em grego, mas ele não sabia, porque o Deus do Amor
romano é o Cupido. Tss, Tss. Povo desinformado.
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Basílica de São Pedro.
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Domingo – ficamos na
Basílica de São Pedro até às 13h. Era o momento pra comprar as lembrancinhas
religiosas. Vimos o papa, bem de longe. Almoçamos perto da Praça Navona,
naquele restaurante com atendimento moderninho, de sobremesa o melhor tiramissu
que comemos em toda viagem. Dividimos, porque eu não ia meter o pé na jaca não.
Passamos por um restaurante brasileiro, tinha anúncio do show do Michel Teló.
Perdemos! Maior sucesso! Tocava nos rádios, nos celulares. À tarde fomos para o
Coliseu e todo o redor, esperamos anoitecer para ver a iluminação. Valeu a
pena. A noite estava linda!
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O papa dá tchau dessa janelinha. |
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Melhor tiramisu que provamos. |
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Flavio achou pouco dividirmos uma sobremesa. |
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Eu fazendo pose "tô distraída" no Coliseu. |
À noite, comemos
um sanduba naquela pâtisserie mais simpática perto do hotel. Descobrimos que
tinha outra numa esquina mais pra frente, mais sortida, porém menos simpática.
Segunda – fomos ao Museu
da Basílica, Cappella Sistina, Praça Espanha, Fontana di Trevi (que eu insistia em
chamar de Fontana Freda, aquele espumante). Almoçamos ali perto, comi lasanha.
Chegamos ao hotel no fim da tarde, a gente foi se trocar pra correr na pista
das pontes. Tudooooo!! Alguns corredores, alguns ciclistas, um corredor passou
pela gente e na volta já nos cumprimentou. Adoro isso, corredores têm
consciência do esforço do outro corredor, por isso, ao se cumprimentar, é como
se dividissem sentimentos. À noite, comemos na pâtisserie mais antipática da
esquina mais distante, tem happy hour. As senhorinhas bebem todo dia!
HAUAHUAHAUAHA! Ah, e pequenos salgadinhos (minibruschetas) ficam ao dispor dos "happy
horistas".
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Chegando na Cappella Sistina. |
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Jogamos moedinhas na Fontana di Trevi. |
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O nhoque di Flavio ficou mais fotogênico. |
Terça – fomos para
Florença logo cedo. Ao chegar lá, largamos tudo no hotel e fomos bater perna. O
hotel era longe pra danar, mas o táxi não era caro. Uma puta fila pra ver o David de Michelangelo,
queria ter uma sombrinha japonesa pra proteger do sol (agora tenho), mas a fila
anda rápido até. Tentamos ir naquele restaurante perto da Ponte Veccio, não
deu. Comemos um pedaço de pizza naquele restaurante SERVE-SERVE só pra não
ficar sem comer nada e esperar a janta. Descobrimos um Hard Rock Café, e eu não
resisto àquela salada!! E o drink colorido!!! Que vinha com o copo de brinde!
Vulcano.
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Em Florença respira-se arte. |
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Perto da Ponte Veccio. |
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Não resisto a essa salada do Hard Rock. |
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Vulcano em Florença. |
Quarta – Museu Ufizzi a
manhã inteira. Conseguimos almoçar no Anticua. Eu comi um tagliatele al funghi, sem
creme de leite!! E Flavio comeu 1 pato. Fomos para Milão às 17h. Fizemos 1
lanche na Galeria Emanuelle (coisa mais linda e grandiosa, lembrei daquela
menor, na Argentina), que ricoooo!!! E o Duomo??? Fantástico! Milão é uma
cidade de gente que tá podendo. O que são aquelas ruas repletas de lojas
famosas!! Me perdoe Oscar Freire, mas você fica no chinelo... Havaianas! (Por
favor, sem rancores, adoro aquela região de SP.)
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Antico Fattore, em Florença. |
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Esse tiramisu da Antico Fattore era bom, mas o outro era melhor. |
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Duomo em Milão, até dói o "zóio" de ficar "zoiando". |
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Galeria Emanuelle, em Milão. |
Quinta – acordamos cedo
para ver a Última Ceia na capela, era
o único compromisso realmente agendado. Emocionante mesmo, sentar, escutar e
imaginar como as coisas aconteceram. Comemos o famoso panzerotti, me lembrou a
massa do sonho. Recheado com queijo e tomate. Muito bom! A fila é grande, mas
rápida. Almoçamos na Galeria Emanuelle, no Gato Rosso. Eu, nhoque; Flavio
risoto. Fomos na loja do Milan, Flavio comprou a camiseta. A gerente era
brasileira, falou que tinha coisa bacana e barata na Decathon. Encontramos
algumas coisinhas, mas nada do meu Vomero (tênis).
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Depois de ter visto a Última Ceia. |
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Lojinha da Ferrari, descolei uma sapatilha. hehe! |
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Risoto milânes, apropriado. hehe |
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Meu nhoque com pêras, nozes e gorgonzola. |
Sexta – pegamos o trem
para Ventimiglia (ponto de partida da corrida). Cidadezinha fofa, fomos descobrindo as coisas aos poucos em
um final de tarde. Tinha uma feira sendo desmontada, aluninhos saindo da escola
(era sexta!!!). Tinha umas encostas com construções lá no alto. Tudo merecia um
olhar. Uma delícia se perder, ver o mar italiano do calçadão, entrar em um
mercado. Uma placa na cidade avisava que a rua ia ser interditada por causa de
uma corrida... coisa mais linda. Já estávamos de olho em algum lugar pra
comer. Fomos a uma pizzaria, pedimos um vinho Chianti da casa, a pizza e fomos
comendo a entradinha. Daqui a pouco um pequeno tumulto, Flavio: “acho que tá
pegando fogo!”. Uma fumaceira vinda dos fornos. O dono da pizzaria veio avisar
que ia fechar, saímos sem entender se era incêndio geral ou se eles tinham que
apagar os fornos e iam demorar para reacender. Fomos para a pizzaria beira-mar
mais convidativa. Eles fazem aquele pizzão individual. Dividimos um, massa bem
fininha.
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Adorei essa placa, tipo: Dá licença que eu vou passar. hehe! |
Sábado – fomos cedo para
Mônaco, passear e pegar os kits da
corrida. A cidade é cheia de morros, aquelas construções altas nas encostas,
prédios se misturam com morro, ladeiras. Limpeza nas ruas, pouco movimento, a
impressão é que as pistas foram feitas para Ferraris, Lamborguinis, Maseratis,
Porsches, Mercedes... do alto vê-se a imensidão do mar azul, parece que ele vai
invadir de tão grandioso. Parece que aquela terra foi empurrada, formando um
grande paredão que avista aquele mar. Foi fácil achar o Estádio Louis XV (não
sei se era esse o nome), pegamos os kits,
lembro-me de ter dado alguma informação a um rapaz, não sei em que língua,
encontrei-o na corrida depois. Encontramos uma paulista que morava lá. Tava com
a minha camiseta do time de corrida, o 4Ões, com bandeirinha do Brasil. Pegamos
os kits, compramos meias,
camisetinhas. De lá eu queria conhecer o Jardin Exotique que havia visto na TV,
fomos seguindo as placas, entramos no elevador comunitário, descemos, achando que
estava perto. Uma caminhada sem fim até o alto. A vista do jardim era linda,
chegamos a tempo de pegar a excursão para a caverna com as estalagtites e
estalagmites. Descida até o fundo por escadinhas escorregadias, umidade. Um
pouco de sensação de que vai faltar ar. Hehe. Mas nunca vi nada parecido com
aquilo. O lugar foi descoberto por acaso, quando eles iam abrir um novo túnel.
A volta foi mais rápida, apesar de ser subida, todo mundo queria respirar o ar
da rua.
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Trajeto da corrida. |
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Do alto do Jardin Exotique, em Mônaco. |
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Passeio no Jardin Exotique. |
Ao sair do
Jardim, pegamos um ônibus para ir ao Cassino. O motorista estava vestido de
médico!! Todo de branco, não reparei direito, mas devia ter luvas. Descemos e
avistamos o grande cassino. Lindíssimo, com jardins bem cuidados ao redor. Ao
lado o Hotel Paris, chiquérrimo, vi dois atendentes vestidos de fraque descendo
um carrinho de bebê. Um luxo. Procuramos um lugar para comer, entramos em um
restaurante, mas pelo visto ia demorar. Saímos em busca de algum lugar mais
rápido, já passava das 15h. Tudo errado pré-prova. Muita caminhada e pouca
comida. Mas estávamos em Mônaco e corrida de rua tem quase todo fim de semana.
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Em frente ao cassino, em Monte Carlo. |
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Adorei essa porta! |
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Almoço pré-prova. |
Domingo – o grande dia,
levantamos cedo, a prova era as 10h, dava pra tomar um café. A previsão era
chuva, mas só estava frio. Fomos para a praça, encontramos outro amigo dos
4Ões, de Curitiba, que morava em Mônaco. 4Ões,
internacionalmente conhecido! Mundo pequeno. Vi mais alguém com a bandeira do
Brasil na camiseta. O começo da prova foi tranquilo, do alto via-se o mar nos
acompanhando. Nos 10km disparei, olhava o relógio e me empolgava. No km 11 vi
que Flavio se aproximava, minhas pernas já começavam a dar sinal de cansaço,
até que ele me passou. Quando fomos nos aproximando da parte francesa percebi a
diferença dos lugares, a França é muito mais organizada e limpa, a estrutura é
bem conservada (comentei isso mais tarde com um italiano e ele concordou). Ali relaxei
porque era plano, no Km 13 começava a subida, ia até os 17 ou 18km. O morro
fazia curvas, era uma loucura a subida. Não caminhei nenhuma vez, mas senti.
Escutei alguém da água gritar: Forzaa Julianaaa!
Achei lindo, mas a força veio pouquinha. HAUAHAUHAUAHA! Quando avistei Mônaco
minhas pernas não obedeciam nem na descida, muito estranha a sensação, o ritmo
não estava ruim, mas parecia que eu não saía do lugar. Fui chegando,
reconhecendo a cidade. Passei pelo túnel, a
sensação de cansaço era tão grande que nem pensei na emoção do momento. O fim
não chegava nunca. Vi a marina, estava lá. Completei a prova, o curitibano me
passou nos últimos metros, feliz da vida. Mas Flavio, que havia chegado antes,
falou que o curitibano estava bem desorientado na linha de chegada. Hehe! Me
diverti com isso, a alegria dele foi ter me passado. Fomos para Ventimiglia,
comemos na mesma pizzaria beira-mar, o dono do hotel foi gentil nos deixando
tomar um banho (já que a diária já tinha vencido) e, por fim, seguimos de trem para
Milão (de onde sairia nosso voo de volta na manhã seguinte). Conhecemos um
casal no trem (ela de SP, ele italiano, falando perfeitamente português,
parecia até coisa de novela da Globo (onde todos os italianos costumam falar
bem o português).
Quem tiver interesse na corrida, é quase uma meia maratona, 24km aproximadamente.
As inscrições podem ser feitas neste site:
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