Páginas

sábado, 19 de janeiro de 2019

Pequenos textos jan. 2019

   Cortei o cabelo curto. Na hora que ela cortou a franja e deu aquela desajeitada no topete, parece que eu vi os olhos de uma Juliana que não via há algum tempo, vi os olhos corridos e acesos daquela menina sorrindo para mim, isso me agradou. Por último ela deixou para cortar os cabelinhos que fazem a costeleta, já tava achando estranho ela manter aquele tufo ali, mas imaginei que ela ia fazer no final. Quando perguntei porque ela estava mantendo, ela respondeu: "pra ter certeza que você quer curto mesmo". HAUHAUAHAUHA! Não, quero comprido denovo, devolve tudo aí!
   Nos dias seguintes, ainda perdida, senti falta de meus cabelos, o frio na orelha aumentou. Mas o prazer de trabalhar o topete tem me feito feliz. Pra academia uso meus lenços de pescoço de corrida, aqueles que realmente param na cabeça. Às vezes penso em já deixar crescer, outras não sei; às vezes me sinto elegante, outras me sinto cabeção.
 
   Vi o anúncio de aula pilates-balé-barra, achei o máximo, ia ter que adiar mais uma vez os planos de me desconectar do YMCA. Eu realmente gosto do ambiente da academia, gosto de ver as pessoas que vão gastar energia fazendo força ou batendo papo (a galera do clube). Eu sempre elejo a musa inspiradora, acho que todo mundo tem a sua. "Queria ter esses braços", "Mas ela só faz elíptico?", "ah, o segredo é o alongamento", "como ela prende o cabelo assim?"... Por esses tempos minha nova musa era tudo isso e desfilava numa suavidade. Sério, admiro mesmo. Foi quando me matriculei para a nova aula, que vão ser só de algumas semanas. Cheguei alguns minutos adiantada para poder me encontrar, turma cheia... e quem é a instrutora? A fada Sininho que flutua!! Gente, achei o máximo!! Sou da primeira fila, para poder copiar todos os movimentos, a postura e receber a aprovação de que é mais ou menos por aí. Tento, né. Sou esforçada. No final da aula, "Tchau-querida-professora"! Acho que na semana que vem levo uma maçã. HAUHAUAHUAHAUHA!
 
 
   Mas esse negócio de academia é uma coisa engraçada. Comecei a fazer exercício pensando na parte estética, daí como não fica tudo 100%, tudo em riba... uso a desculpa que faço pela saúde, pega bem! HAUHAUAHUA! Brincadeira à parte, hoje em dia, acho que em primeiro lugar faz bem para a minha saúde psicológica. Bom, voltando ao ambiente academia, além das musas, tem personagens que eu observo, dentre muitos: a senhora que faz força nas máquinas e puxa tudo muito rápido pra se livrar logo daquilo; o tio amish com longa barba; a menina que às vezes passa na minha frente e se apossa do step; a senhora que cheira a biscoito, tem dificuldade para caminhar (usa bengala), faz spinning e não falta por nada. Encontrei-a num restaurante saudável da cidade, ela parece ser cliente cativa, assim como da academia. Mesmo em mesas separadas, conversamos um pouco, ela me dizia: "aqui eles me mimam!", muito satisfeita com o carinho do dono do restaurante. Tanto é que quando saiu, pediu um pedaço do bolo de espinafre para levar, no final, mudou de ideia: "não vou levar só um pedaço, vou levar o bolo todo". Nem pude experimentar o bolo. O dono foi lá e arranjou uma embalagem para ela, não era nem descartável, era uma embalagem para guardar bolo em casa mesmo. Lá saiu ela, o dono carregando o bolo até o carro, com toda sua costumeira gentileza. Ela se despediu de mim, dizendo: "Tchau, te vejo na academia!" Senti que ela teve orgulho de dizer isso. :)
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário