Páginas

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Guardando um pouquinho da Grécia


   Em 2010, quando escolhi a Grécia como destino, resolvi entender melhor os deuses da Mitologia, fui atrás da Odisséia e da Ilíada. É óbvio que obras como estas requerem tempo e atenção, eu tinha pressa. Resolvi procurar as adaptações infantojuvenis. Ilíada com a Ruth Rocha e Odisséia com Ana Maria Machado. Com ilustrações! Que belas obras! Não entendo por que até hoje não exploraram esse tema (de uma maneira grandiosa) no cinema. Grécia tem muita histórias para contar e muitos heróis! Os adolescentes iam amar.
   Fiz meu roteiro com antecedência, escolhi Atenas e apenas uma ilha, Mikonos.

   Na ida, como nosso voo ia ter uma longa escala em Madrid, aproveitamos uma tarde inteira para passear por lá. Foi muito divertido pegar o metrô, parar na Praça Espanha, ir até o Palácio Real de Madrid, ver a linda catedral com o interior no estilo gótico, comer uma empanada no San Miguel Martin (parece um mercado municipal, uma delícia!), admirar uma loja de jamóns e encontrar uma boneca espanhola para levar para minha mãe. Espanha me deixou com água na boca.
 
Escolhendo uma espanhola para minha mãe.

Museo del Jamon.

 
Catedral de Madrid.

   Chegamos em Atenas à noite e, com as dicas que tínhamos, do aeroporto pegamos o ônibus X95, nosso ponto final foi a Praça Syntagma em frente ao Parlamento (perto da Ermou, principal rua comercial). Sempre somos econômicos na bagagem, o que nos deu direito de descer do bus e sair andando à procura do hotel. Estávamos tão entretidos na busca do endereço que esquecemos de olhar para o alto, estava ele lá, esplendoroso e iluminado, o Parthenon. Creio que foi um dos monumentos que mais me surpreendeu e emocionou. À noite, iluminado, só indo lá para ver.


The Parthenon, na acrópole de Atenas.
Adorei essas letras gregas.
 
As Cariátides (colunas em forma de mulher), no templo Erecteion.

   Atenas tem muita coisa a se explorar, além dos museus, em alguns pontos da cidade há escavações que você consegue observar através de um piso transparente, é tudo novidade: desde as placas escritas em grego até a deliciosa comida (hoje sou apaixonada pelo Tsatsik, aquele molho grego), o café gelado (não curti muito), a cerveja Mythos, as pessoas, a maneira deles viverem, o comércio, a troca de guardas no Parlamento. Andar pelas ruas do bairro Plaka, vários restaurantes com mesinhas para fora, onde jantamos em uma bela noite. Aliás, falando em tempo, creio que a melhor época para viajar para qualquer lugar é março ou setembro, não é tão frio, nem tão quente.
   Percebe-se a crise, mas um povo que tantas vezes se reergueu, sempre sabe renascer. Andamos por tudo, passei por uma feirinha de livros maravilhosa, foi lá que encontrei cartões-postais mais bacanas.
Tsatsik.



Passeando pela feirinha de livros.
Deliciosa salada grega (este é o queijo feta).
 


























   Depois do acrópole, o ponto alto de Atenas foi o Estádio Panathinaikos (onde nosso corredor Vanderlei Cordeiro de Lima foi aplaudido de pé após aquele famoso episódio), lá vivi meu momento, botei a camisa do time, dei uma volta de "tiro" na pista e subi no pódio. Foi incrível.



Felizes no pódio.
 
O lugar destinado ao rei.

   Deixamos para comprar nossa passagem para Mikonos in loco. Para isso, pegamos o metrô no Monastiraki (quem for para lá, vai cansar de passar por estes pontos que estou citando) e fomos até o porto Pireus. Custou cerca de 45 euros, 3 horas de viagem em barco rápido. Aliás, que barco o quê, aquilo para mim é um navio!
O barco para Mikonos.
   Depois de alguns dias bem vividos em Atenas, acordamos cedo para pegar o navio. Viagem tranquila. E a primeira impressão ao chegar em Mikonos é a que faltou um verde, é tudo cor de areia. O vento bate com força. Ficamos em dúvida se pegávamos táxi, esquecemos de perguntar se tinha translado para o hotel, vimos um tiozinho numa motocicleta adaptada. Lá fomos nós. Fui observando tudo, tentando decifrar a paisagem e o que eu sentia diante dela.



Eu "muito segura" no táxi, Flavio se divertindo.
 
   Chegamos no hotel e tudo me pareceu hospitaleiro e aconchegante. Tudo branquinho, a roupa de cama, inclusive. Descemos ao centrinho, e a cada beco uma surpresa, coisinhas, detalhes, cores nos destaques. À princípio, Mikonos me lembrou meu verões de infância, a casa do meu vô e minha vó em Ibiraquera, o barulho do vento, do mar, um pouco de nostalgia.
Vista da nossa janela em Mikonos.

Dias lindos e azuis.
 
   Fomos até Little Venice, lá o mar bate na porta mesmo, é azul, mas parece calmo, mesmo com as ondas. Muitas lojinhas e restaurantes, tudo branquinho. Uma delícia se perder naquelas ruazinhas. Pela noite, agito, bares, danceterias.


Little Venice, o mar batendo na porta.
 
Tudo muito branquinho.
 
Delicadeza nos detalhes.
   Seguimos a dica de um amigo e alugamos uma moto, mais precisamente um quadriciclo, e fomos conhecer as praias da região. Passamos um dia em Psarou, almoçamos no restaurante Nammos. 

Ouzo, aguardente de uva e anís.


Nosso triciclo.
   Em outra manhã, fomos para Platis Gialos, lindo lugar. À tarde, conhecemos Paradise e Super Paradise, para a galera que curte uma rave, uma sonzera, é bacana. À noite conseguimos uma mesa num lugar privilegiado: na varanda do Avra Restaurant Gardnen. Dava para ver todo o movimento das ruazinhas, muito bom!!
 
Avra Restaurant Garden.
    Fui embora de Mikonos com vontade de explorar as outras ilhas, ver de perto os mistérios de Creta, sentir o romantismo de Santorini, Rodes, Samotrácia, tantas outras. Mas tenho muita paciência, ainda tenho muito para viver, ainda tenho muito para explorar.
    Nas minhas leituras de cabeceira, sempre incluo uma volta aos mares percorridos por Ulisses e ao mundo dos Deuses da Mitologia.


Restaurante fofinho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário