Nas caminhadas noturnas pelo bairro, já sei mais ou
menos o que vou encontrar em cada esquina. O gato comprido e elegante numa
coleira, o vizinho simpático que passeia com o cachorro, o gato da casa do
japonês que cultiva tomates, o jardim bem cuidado do tiozinho, o aeroporto de
marcianos, a casa das menininhas das arábias. Não sei de onde elas são, mas
estão sempre as três, atropelando todo mundo com seus pedalinhos, sempre
correndo e afoitas por algum movimento. Elas adoram cumprimentar e serem cumprimentadas,
uma vez passei ali correndo e ouvi: "I missed you!" Acho que era comigo. Outra
vez, estávamos quase passando em frente à casa delas e não havia ninguém, de
repente, como se os portões da liberdade acabassem de ser abertos, sai a mais
velha em seu pedalinho em disparada. Olha para nós e sorridente, diz: "Hello!!"
Em seguida, sai a do meio. E, presa em casa, ficou a pequena chorando. A do meio
se vira para nós e pergunta, como se botasse as mãos na cintura, ar debochado e
uma leve balançadinha de cabeça a la fat family: "Do you have a stupid baby?"
Tirando sarro da irmã pequena que ficou em casa aos prantos!! HAUAHUAHAUAHUA!
Adoreiiii essa pequena do meio!
Outro dia passei por ali e havia uma quarta, acho que era
da vizinhança. Fizeram uma mulher atravessar a rua para passar a mão nos
cachorros que ela trazia com ela. Ah... essas meninas das arábias!
Hoje e ontem vi uma cena bacana, dessas que não dá
para fotografar pela incoveniência, mas que deve ser registrada. Aqui perto há uma
comunidade amish (ou talvez sejam menonitas, não sei, só estou chutando pela
maneira deles se vestirem), dá para ver quando eles se reúnem, o quintal fica
cheio de carros pretos, as crianças brincam nos balanços do jardim, no sentido
quadro familiar (tô falando só de imagem mesmo), acho bonito e poético de se
ver. Mas a cena específica que vi foi outra: uns 20 homens com seus chapéus,
calça social, camisa e suspensório debruçados sob o telhado de um grande casarão
(que na verdade reúne umas 4 casinhas integradas), tirando e colocando telhas
novas para o inverno que se aproxima, num sistema mutirão. Os carros pretos
todos estacionados em volta do casarão e as mulheres conversando em círculo
(todas vestidas de maneira peculiar, vestidos longos, chapéu-touca) e
observando o trabalho ser feito. Nada de análise mais profunda da maneira que eles
escolheram para viver (Ferris Bueller já dizia sobre os ismos... hahaha! Vide vídeo abaixo), só achei a
união algo bonito de se apreciar.
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